Lembrei uma menina que conheci, uma menina de olhos lindos e , pai morto no mesmo ataque que a ela lhe deixou uma bala na perna. Dançamos e tornamos o mundo uma cócega enquanto brincavam a matar com uma bola outros pequenos, filhos da dor e da violência, lá em Palestina...
Brincavam a matar e ela olhava,
dançando e tecendo nós de espera,
lumes de pedra, em corpo próprio,
ternuras com memórias de profeta.
Em Gaza, entre a roda das papoilas,
no oco que o pai deixou na terra,
no metal em carne de memórias,
criava o som da paz na paz eterna,
enquanto eles brincavam a matar
com dor quase de água em fontes velhas,
e as flores nascidas da sua dança
brincavam a matar tempos de guerra."
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