terça-feira, 7 de março de 2017

8M 2017

1 comentário:

  1. Nom sou nenhum troféu
    Nom quero as tuas medalhas. ( 8 de março 2017)

    Sinto as tuas medalhas
    cravadas na minha pele.
    Posso perceber
    o lastre de seu peso morto
    pendurado do meu peito enxoito.
    E a gravidade,
    Que é lei inexorável,
    alastra-me ao chão
    carregada com o duro metal
    de todas as tuas medalhas
    ganhadas
    com cada humilhação
    em que o meu amor se transformava.

    Medalhas como mortalhas
    pela insistência da tua violência.

    Quanto mais eu me dobrava
    mais tu te crias crescer.
    Em mim ficou teu amor cravado
    enterrado no meu pranto
    em quanto
    eu abaixo-me e abaixo-me
    até me confundir com o chão
    sem um colchão
    aonde apenas chegar uma raiola de luz.

    -“Quanto mais te baixes mais se che verá o cu”

    dizem as vozes sábias
    da koiné feminina
    -virada inteligência coletiva-.

    Por isso eu hoje me levanto,
    ergo a minha voz e minha i-alma
    em nome de todas as mulheres
    com o peito adornado de tantas medalhas.
    Mortalhas
    que um amor desgraçado
    nele foram chantando
    rachando
    sua carne amorosa e confiada.

    Hoje berro e testemunho,
    fechando meu punho:
    Não sou nenhum troféu
    Que pendurar no muros da tua sala!

    Nunca mais uma mulher,
    por des amor assassinada!
    Adela Figueroa Panisse de ADEGA(Ecofeminista)



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