quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Artigo de prensa portuguesa contra o decreto de Feijóo

Somos todos galegos no dia 21?

Costa Guimarães

Língua galega é o nome oficial no Reino da Espanha e na União Europeia do idioma natural da Comunidade Autónoma da Galiza. Esta língua é falada na Galiza, em zonas de fronteira das Astúrias e de Castela-Leão e nas comunidades de galegos emigrantes, como na Argentina, Cuba e no Uruguai (porque mais de três milhões de emigrantes galegos moram naqueles países).

O galego pode ser visto como uma forma evoluída do galego-português, como o português da Galiza (da mesma forma que se fala de 'português de Portugal' ou 'português do Brasil').
O galego-português formou-se a partir do século IX, na antiga província romana da Gallæcia e as famílias, as crianças e os jovens da Galiza pedem a solidariedade dos portugueses, com veemência especial dos minhotos, quando preparam uma greve geral nas escolas para protestar contra uma agressão histórica contra uma das fortes componentes da Lusofonia, o galego.

A greve foi convocada pela plataforma Queremos Galego para o dia 21 deste mês para tentar impedir a mais forte agressão contra o idioma próprio da Galiza em toda a vida democrática de Espanha.
Se para os galegos é tão importante envolver todas as pessoas com sensibilidade pela sua cultura, é importante que saibamos ser solidários com eles contra este decreto que não tem o apoio das famílias, nem dos professores, nem dos alunos.

O decreto ofensivo da Língua galega foi apresentado a meio das férias do Natal pela Junta da Galiza sob a capa da aprendizagem do inglês, prejudicando nitidamente o galego, numa acção que os linguistas da Galiza consideram uma burla tremenda porque se vende um suposto 'trilinguismo' — castelhano, inglês e Galego — que é impossível aplicar em quase toda a Galiza.
Com falácias sobre o inglês o que tentam é confundir a opinião pública e camuflar esta navallada contra o galego — acusam os promotores da greve geral.

O último censo da Galiza assinalava que 20% dos rapazes e raparigas entre 14 e 19 anos são analfabetos funcionais em galego. A Junta, em lugar de ajudar a resolver este gravíssimo problema, aprofunda-o e cria outros novos. Como se pode entender que se proponha como justo reduzir a presença da língua mãe no horário escolar? — perguntam os opositores deste decreto-lei que favorece o inglês e despreza o galego.

Em nome da liberdade de escolha e face à imposição unilateral de Núñez Feijóo, as comunidades educativas reclamam que se escute a sua voz, porque o decreto galegófobo não merece mais que a sua rejeição.

No dia 21 de Janeiro, os minhotos não devem esquecer um abraço de solidariedade aos galegos que lutam por um dos seus emblemas mais vivos da sua identidade como povo e baluarte da sua autonomia face à imposição castelhana sob a capa da liberdade. Não apenas por amizade aos galegos, mas porque a Lusofonia está ameaçada e ficará empobrecida na Galiza com este decreto da Junta de Nuñez Feijóo.

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